Saturday, September 30, 2006

Etapas


Uma nova etapa, uma nova vida. Tudo aquilo que sempre sonhei e quis. Viver sozinho. E dou comigo nessa tão ansiada condição de vida. Apesar de estar no local que sempre desejei, dou comigo a olhar em meu redor e para meu espanto, não vejo ninguém... nem vivalma. Ou melhor, vejo multidões correndo frenéticamente correndo de um lado para o outro sem qualquer relação aparente. Talvez seja produto da minha forma de olhar o mundo, mas não vejo relação entre ninguém, apesar de saber que existem. Talvez não me consiga introsar nesse emaranhado de relações/não relações que hoje se cultivam. Sinto parte de um não lugar, um espaço fisíco e mental onde não há lugar a relações, ninguém se conhece realmente nem fazem por isso. Provavelmente consequência da sociedade actual, fria, individualista, calculista onde se cultiva apenas os resultados a nível laboral. E as relações interpessoais? Onde têm lugar? Já não sei... soube em tempos, onde as procurar e de facto encontrava-as.
Pela primeira vez, estou realmente sozinho, sinto falta do calor dos amigos, das noites sem fim, das conversas introspectivas acerca do que perturbava cada um de nós, sinto falta... será esta a tão falada passagem ao estado adulto? Realmente ser adulto não é facíl, trabalhar um dia inteiro, apesar de fazer o que me preenche, mas e o resto? Onde tem lugar? No recesso do meu almejado lar ao fim do dia? Mas uma vez sozinho? Saindo para os não lugares onde mais uma vez não existem relações aparentes embora constate que na realidade existem? Onde estão as pessoas que outrora povoavam o meu ser? Tento chegar-lhes mas não consigo... será que não tento com a força necessária? Ou será que assim que cada um conquista o seu bem-estar rapidamente se esquece dos outros que também já povoaram os seus seres, fizeram parte do seu id? Já se esqueram? Eu não me esqueço... mas caí no esquecimento. Tudo fruto do meu sonho de infância de independência. Afinal preciso das pessoas...muito...

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